domingo, 24 de fevereiro de 2013

Jogo de Memórias



Há um vácuo no peito
Na mente o vazio da escuridão...
A Lua ao centro do céu
Lembra-me um jogo...

As peças espalhadas numa velha mesa
Ao lado delas, um copo vazio
uma garrafa vazia,
As pedras de gelo com o gosto ainda do uísque envelhecido...

Uma vela negra chorando
Às migalhas da sua sombra
Os braços do jogador sobre as peças...
O tédio no olhar bêbado do jogador insano...

A noite corria pro nada...
Chegando aos espaços mais vazios...
Fazia com que o jogo de memórias
demorasse a ser montado...

O tédio trazia as lembras duma vida,
Vivida entre mágoas, tristeza e solidão...
A boemia era uma falsa alegria
E a aurora, um profundo abismo...

A solidão era a amante do tédio
No jogo de memórias, as lembranças
Duma árdua infância, triste adolescência
E cansável vida adulta...

A velhice ele jamais verá...
O jogo jamais acabará...
A tristeza se tornará concreta na
mesa de mármore azul...

No epitáfio as palavras:
"Minha vida foi um jogo,
Minha alegria foi a falsa boemia,
Minh'alma foi o tédio da vida...
E o amor sempre foi o vácuo.
Eu fui um poeta, que do amor
Só provei solidão e mágoas...
Desculpem-me por ter sido tão insignificante!"

06/10/1999



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