sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sentido da Vida

A vida tem gosto
De amora e príncipes-negros
Num poema de morte!

Tem sentido de palavras
Ditas sem emoção
Ao nascer duma aurora boreal

Tem gosto dum verão sem sol
E dum inverno ardente...
E duma noite sem Plenilúnio!

Tem sabor de amor proibido
Incorrespondido, invisível...
Tem gosto de lutar sem guerra...

Tem sabor de amar anjos...
De calar estátuas...
De vibrar ao nascer uma criatura!

Tem gosto de se morrer aos poucos...
De se nascer com sorrisos...
De se fechar em si!

Tem sabor de maldição...
De ausência de coração e paixão...
De desespero e frieza...

A vida tem gosto
De amoras e príncipes-negros
Nas poesias byronianas...

Nas violentas paixões...
Nas palavras dum homem sem coração...
Tem por intuito a oração...

Súplica implorada...
Tem gosto de morte...
Tem gosto de vida...

Tem a aparência
Dum Mausoléu de mármore Azul...
E tem o canto do pássaro-morte...

Tem a tristeza dos campos sagrados...
Num descanso insólito
À sombra dos Ciprestes-Morte!
É suplicar pela vida de outrem...
É querer morrer sem haver vida...
É calar-se... e jogar num abismo infindo!

A vida minha
Tem gosto de amoras e príncipes-negros
No poema de minha morte!

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