Já era tarde!
Meu âmago estava então tão sofrido...
Tua ausência... ai! Como arde!
Uma ferida jamais curada... tu já havias me ferido...
Já era tarde!
Meu peito, uma dor incurável, em chamas...
Tua ausência... ai! Ai como arde!
Ouço a tua voz sem que me chamas...
Já era tarde!
Tua tez, como a luz da Lua, estava cálida...
Tua ausência... ai! Como arde!
Minha dor mais profunda, como a sua, estava pálida...
Já era tarde!
Minha voz já enfraquecida... morria....
Tua ausência... ai! Como arde!
Do homérico espaço sideral, tua voz macabra se ria...
Já era tarde!
A aurora boreal já não se via...
Tua ausência... ai! Como arde!
O cântico dum pássaro tétrico, era apenas o que se ouvia...
Já era tarde!
Minha válvula de sangue estava prestes a cessar...
Tua ausência... ai! Como arde!
E o tempo mórbido estava a passar...
Já era tarde!
E uma ânsia de sentimentos... crescia....
Tua ausência... ai! Como arde!
E meu corpo, em minha campa, já não aparecia....
Já era tarde!
E com a vida já não podia...
E tua ausência... ai! Como arde!
Em minha lousa, te amarei e te esperarei.... um dia!