domingo, 27 de março de 2011

Amarga Madrugada

Durante a amarga madrugada...
Surgiu a saudade pálida...
Lembrei-me de tua saliva, quase que calada,
Suspirei e segurei minha lágrima cálida...

As horas pelo relógio escorregavam,
E as lembranças doces do teu amargo olor...
O peito meu queimavam...
E na fria madrugada, onde estava o teu calor?

Os minutos pareciam, de mim, fugir...
Os teus lábios juntos aos meus não estavam...
O meu caminho... eu já não podia seguir...
Os nossos corações há tempos não se encontravam...

O tempo corria apressado...
E dentro de mim a maldição...
A dor não havia passado...
O que me dominava era a solidão...

Mal uma lágrima caía...
E a tamanha dor que eu sofria...
Outra lágrima saía...
E o teu orgulho de me ver triste, se ria...

Nos teus lábios o gosto doce do mel...
No teu coração outra Paixão...
Nos meus lábios o gosto amargo do fel...
No meu coração outra solidão...

Eu me perguntava sobre o teu sentimento...
E a tua ironia me matava...
Pois sempre arranjavas outro argumento...
Que por sua vez me machucava...

Ouvia o teu terrível discurso forte...
Com os olhos úmidos e sangrentos...
E pensava onde está a minha morte?
E logo sentia o cheiro dos ciprestes fedorentos...

A nossa conversa terminou...
O meu sentimento continuou...
Mais uma vez meu peito se enganou...
E a ferida viva novamente sangrou...

Busquei a vida minha sem vida...
Dentro dela não havia saída...
Somente a minha partida...
Outra saída não havia...

Fechei os meus olhos de sofrimento infinito...
Deitei-me na cama, já calada...
Senti meu morto corpo sofrido...
E minh’alma, no sideral espaço, jogada...

Mas a amarga madrugada
De longe se mostrava,
A solidão ali calada...
Que nenhum’alma encontrava...

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